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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Táticas de guerrilha

O tão subestimado ENEM voltou, voltou modificado e com força total. Utilizando do elemento surpresa e munido com uma nova formulação, resistiu a um tiroteio de críticas lançado contra ele e parece armado com um escudo de argumentos inabalável. Analogias à parte, o novo ENEM está ai, firme e forte.
É claro que, desde o começo do projeto, o MEC sabia que essa arrojada atitude de implantar um novo elemento de avaliação aos alunos do ensino médio traria muitas críticas e discussões. Já era compreensível que a maioria dos professores, de cursinhos pré vestibulares, principalmente, não aceitariam a mudança, afinal, mudariam de uma hora para outra o exame Vestibular, base de seu trabalho, de uma filosofia e um estudo contruído por uma longa tragetória, colocaria em risco o seu “ganha pão”.
É bastante aceitável, também, os argumentos que justificam essa tal mudança: unificar as provas, acabar com a “decoreba”, formar alunos, cidadãos mais críticos e capazes de desenvolver raciocínios lógicos, com cultura, a mistura e distribuição de culturas com a possibilidade de estudar em universidades de outros estados! Ótimas propostas, aliás. Deveria haver, porém, uma preparação, uma mudança na estrutura do ensino desde as primeiras séries, mais incentivo cultural, professores mais bem preparados antes de “partir para o ataque”. A opção de divulgar o novo plano no ano da implantação do mesmo é bastante discutível.
Provavelmente o estudante bem preparado para o concurso vestibular está bem preparado para o ENEM. Mas, ele sabe disso? O emocional desse aluno que se vê em meio a um fogo cruzado é, possivelmente, abalado. Não saber o que o espera abalaria qualquer um, assim como a possibilidade de pessoas de outros estados entrarem para a disputa da já tão disputada vaga na universidade federal que se almeja. Talvez esse novo exame nem seja um bicho de sete cabeças, e não é. Mas a discussão, a mídia, os revoltosos com a situação aumentam potencialmente suas dimensões.
Talvez o governo esteja certo, talvez devesse haver a mudança o quanto antes, talvez devessem ter esperado mais, sem precipitações, ir implantando aos poucos o novo exame, ou ter deixado o antigo. Há muitas questões que serão respondidas a médio prazo, depois de Outubro, ou não… O que importa é que devemos aceitar as mudanças, relutância pela repentineidade da ação é super compreensível, mas, nós, vestibulandos, devemos abaixar nossas armas e nos abrigar atrás da nossa muralha de livros, cadernos, estudo, para que, no final, o resultado almejado seja alcançado: o fim da batalha e a vitória do Brasil, com cidadãos melhores e mais bem preparados. Essa será nossa recompensa.

Por Priscila B. Daniel

Um comentário:

Anônimo disse...

Não é de hoje que provas de admissão de diferentes instituições - vide concursos específicos - têm sido modificadas de forma com o aluno, ao recebê-la, use mais raciocínio e menos decoreba. Evidentemente, o reflexo deste movimento afeta não somente os disputados concursos públicos, mas também, agora neste ano e a partir em diante, os alunos de todas as escolas do Brasil. Enfim, as instituições de ensino brasileiras terão de adaptar-se a esta nova modalidade e conscientizar-se de que não adianta mudar somente a avaliação, mas também, de forma conjunta e maciça, deve haver mudanças e melhoramentos na hora do ensinamento. Como ex-estudante de um colégio público - um dos colégios mais característicos de POA - ratifico: o ensino público gaúcho, exclusive colégios militares, não está bem das pernas. Sendo assim, resta-nos esperança no futuro, amor para todos e, claro, muito estudo. :D obs: excelente post, meninas. Beijos :*