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sábado, 5 de setembro de 2009

Você sabia?

VARGAS PRENDEU LOBATO;


Umas das características literárias do famosíssimo escritor Monteiro Lobato são a denúncia social e suas ideias progressistas. Lobato era, de certa forma, nacionalista. No segundo governo de Vargas, em que havia a forte disputa entre nacionalistas e entreguistas, a qual focava-se principalmente na questão do petróleo, Monteiro Lobato acreditava ser o petróleo um impulsionador poderoso para a economia. Ele voltara dos EUA, onde passara aproximadamente quatro anos exercendo um cargo comercial, com a visão de que a principal razão do progresso norte-americano era o petróleo. Defendeu arduamente as pesquisas de jazidas petrolíferas aqui no Brasil. Com medo de que a descoberta de alguma jazida tornasse o local uma "central do Brasil", defendeu que a perfuração em busca de poços de petróleo deveria ser privada.
Em 1931, fundou a Companhia Petróleo do Brasil e passou a perfurar o interior paulista. Entretanto, o capital de Lobato não foi o suficiente para manter as perfurações e sua empresa faliu.
Já na epoca do Estado Novo, em que o governo de Vargas tornou-se ditadura, o escritor enviou uma carta ao presidente acusando o então Conselho Nacional do Petróleo de retardar a criação da estrutura petrolífera do Brasil. Vargas, então, o aprisionou por um a três meses. Essa foi a segunda prisão de Lobato no governo Vargas. Na primeira, ele havia passado apenas um dia na cadeia. Sua primeira prisão deveu-se, provavelmente, aos livros que escrevia; um deles tinha o título de: "O Escândalo do Petróleo". Em livros desse tipo, Lobato mostrava seu engajamento e sua indignação, acusava Vargas de "não perfurar e não permitir que se perfure" e, também, tinha argumentos ofensivos às empresas entrangeiras, conhecidas como "trusts". Veja um trecho de O Escândalo do Petróleo:
"Os trusts sabem tudo e sorriem lá entre si. Sabem que a partir de 1930 o brasileiro cada vez menos se utiliza do cérebro para pensar, como fazem todos os povos. Sabem que os nossos estadistas dos últimos tempos positivamente pensam com outros órgãos que não o cérebro - com o calcanhar, com o cotovelo, com certos penduricalhos - raramente com os miolos..."
Outra história em que Monteiro Lobato também repreende a situação do petróleo é sua obra mais famosa: "O Sítio do Pica-Pau Amarelo", com a edição especial: O Poço do Visconde. O alvo eram as crianças e adolescentes, futuros adultos na sociedade brasileira.
Lobato, enfim, era escritor de certa forma politizado, pois, em suas obras, além de encantar com seus personagens e tramas, adequava ideias que defendia: a necessidade de ruptura com um sistema de vida atrasado e a defesa da iniciativa, da realização e do progresso técnico nacional.


Por Elisa Deler

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